Caminhada...

Ela ainda esta respirando...
Ninguém percebeu, nem ao menos desviou o olhar...
O coração bate forte, e tão descompassado, que a garganta dói com o esforço da respiração que tenta acompanhar o ritmo.
Tem gente por toda volta, elas estão correndo, se empurrando, dando rasteiras e ferindo uns aos outros, cada um voltado a ponta do nariz para a sua própria caminhada.
No meio de tudo isso a garota está parada, esperando...
Com a respiração ofegante ela avança alguns passos, ela para...
Novamente ela avança parando em seguida para retroceder um pouco...
Olhando para os lados, ela com um grito preso na garganta, vai para a esquerda correndo.
E o tombo machuca seus joelhos...
Caída ao chão....Sangrando..
Com algum esforço consegue se levantar...
A esperança invade seu peito e ela sorri, indo para a direita dessa vez.
Tudo acontece no bater das asas de um beija-flor...
Como um vento mais forte que um furacão...
Ela é arrastada para traz, seu corpo jogado contra as paredes, quebrando seus osso, ferindo sua carne...
Ninguém reparou na garota, caída, chorando, se tremendo com a imensidão congelante, o frio  insuportavel do desespero...
Engatinhando, a garota decide continuar, a frente...
Um banco vazio barra seu caminho, ela se senta e acende um cigarro...
A fumaça corta os pulmões, preenchendo um pouco o vazio do peito, aquecendo o interior...
Sangrando e a passos lentos a garota decide novamente...
É melhor continuar a frente assim pensou...


Um pote de ouro deve estar esperando no final do arco íris...
Não é por acaso toda a estrada... Não pode ser....